segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vida longa ao Euro.

“O que não te mata, torna-te mais forte.”

Afirmar que esta semana é decisiva para a moeda única europeia pode até ser um facto verídico mas, retire-se-lhe todo o sensacionalismo mediático. Até porque já contam mais de 20 euro-cimeiras políticas desde o despoletar da crise financeira em 2008... e de lá para cá, muita retórica oca e poucas medidas palpáveis. Andam os políticos, a todos os níveis e nações, mais preocupados com os seus interesses próprios, a empreender esforços para minimizar como puderem as consequências (negativas para eles) que resultarão de uma “limpeza da estrutura” e de “ganhos de eficiência organizativa”.

Um governo central apenas não interessa à classe política de cada nação ou, quanto muito, a grandes organizações menos transparentes e adeptas de práticas menos concorrenciais. Não haja ilusões. Quer para os recursos produtivos (pessoas e capital), quer para os bens e serviços, produzidos e transacionados dentro da União Europeia, a soma de benefícios e vantagens resultantes da passagem a uma união completa excederá largamente os malefícios e desvantagens.

Qualquer medida que trave ou bloqueie a marcha do ciclo de integração, nada mais será que a sustentação de um impasse face ao inevitável. E esse inevitável será a UNIÃO COMPLETA, independente de quaisquer diferenças, válidas, mas de menor importância. Um retrocesso no processo de integração traria péssimos resultados.

A sequência de um processo de união passa por várias fases: união aduaneira, económica, monetária, fiscal, legal e, por fim, política. E este processo de integração da Europa está ainda a menos de metade. Talvez o Euro tenha aparecido um pouco cedo. Talvez em 1999 ainda não se verificasse uma integração económica sólida suficiente para abdicar dos poderes conferidos pelos bancos centrais de cada nação. Talvez... quem sabe... tudo isso é história. Agora, há que aprender com ela e “chutar a bola para a frente”.

Da cimeira desta semana (9 de Dezembro de 2011) terão que sair (espero) a bendita união fiscal (melhor ou pior cozinhada, por agora interessa menos) e o alargamento de poderes para o Banco Central Europeu, inclusivé o poder de emissão de moeda. Qualquer moeda, nada mais é que o lubrificante da economia. A moeda tem 3 funções: meio de troca, unidade de conta e reserva de valor. Isto é tão básico como essencial de ser entendido, por todos.

Se os políticos e os meios de comunicação social de massas se preocupassem mais em fazer entender este tipo de conceitos e se preocupassem menos com ladaínhas e retóricas ocas, toda a sociedade, como um todo, beneficiaria bastante. Mas é bem mais fácil e rentável distribuir entretenimento barato e drenante cerebral. É o que se pode chamar de “dar pão para malucos”.

Faço minhas as palavras de um grande e iluminado estadista (coisa raríssima), Sir Winston Churchill, promotor e defensor do conceito “Estados Unidos da Europa”, já há mais de seis décadas: “Ergue-te Europa!”

Venha logo essa união fiscal. Liguem logo essa máquina de imprimir moeda. O Euro, ainda uma criança, sairá mais forte e a economia reforçada e mais educada.

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